segunda-feira, 1 de julho de 2019

O dia que aconteceu de novo

Pasma se pusera
Surpresa não se espera,
Não à vida, pela vida
Sofrimento desatina.

Sobre a coragem de ser quem é
De amar despido
De ter fé
De continuar seguindo.

Acolhe o medo;
Dá-te um abraço.
Coração segue aperto
Segue no cansaço.

Se o lobo uiva lamento
Se o espírito se esvai com o vento
Fico eu comigo
Eis o verdadeiro amigo.

A verdade sempre esteve nos olhos...
E no coração.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Circular

"Sweet."

A luz das esmeraldas que refletira meus sorrisos
Põe-se novamente a passear pelos meus sentidos
Que desesperadamente insistem em devanear,
e em movimentos amenos volto para o mesmo lugar.

A pele, o toque, o escorrer dos dedos em onduladas madeixas
Se deixam levar pela sinceridade do desejo

Um beijo!

Eu estaria salva...
e perdida.
E perdendo o que sempre me fora verdadeiro. Por devaneios.

Faz-se de malabares
As lembranças, o desespero, as lágrimas, os almejos
A vontade de ir para casa.

Nem mil palavras de mil poetas com mil desculpas
Em mil anos de mil voltas com mil vontades e tristezas
Me convencem de que o produto será, num dia qualquer, alterado.
Tudo errado!

E nem no fim do mundo eu acreditaria em mim, e em esmeraldas.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Não sei, quero saber, e sou egoísta.

Esboço faces,
astes
trastes
Em folhas de caderno feito a mão, encapado à jacquard.

Belisco meu queijo,
rimo com beijo
termino sem eixo
Girando minha taça, regada a Jacquart.
solidão.
As unhas roídas entregam-me
enquanto tremo meus traços,
desmembrando os pedaços
que envolvo em laços
de fita de seda azul.

Expressões que me tomam
depois das astes, os trastes
do beijo, sem eixo
traçados, e laçados
Só no papel.
engana-me.
Papel de caderno com capa em jacquard.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Do mesmo saco, a mesma receita.


E se eu estivesse lá?
Quem, e o quê me garante que eu faria diferente?

Com os olhos no desconhecido, tudo é fácil... te queria lá, espelho, de couro quente.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ah, que saudade...


Ah, mas que saudade de ser eu!
Perdida entre os desejos dos meus eus,
Adeus;
Me achava em cada colo de esquina
Mudara de identidade, tricotando em linhas finas.

Mil'anos se passara,
Procurara
Odiara
Achara...
-Ou ele me achou?-
... entregando-me o que tomou.

Comigo dentro de mim,
Nada mais podia, do que estar bem feliz;
Enfim.
-Mas e agora, que não pertenço a ninguém?
Eis o lado positivo, também.

-Então, por que me sinto tão triste?
-Pois pertencer à todos, insiste.

Óh livros, silêncio, poesia
Meus berços, minha cria
E ele.

Não insista, não pertenço a mais ninguém.

domingo, 29 de agosto de 2010

Cor de terra


Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

A valsa de movimentos milimetricamente calculados, absurdamente destroçados após um olhar meramente simpático.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

No desajeito de mim, desejo profudamente seus olhos caramelados ainda fixos no que já se tornara uma face avermelhada.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

Seu sotaque característico que gritou atenção, sutilmente aborda-me afirmando querer me ver novamente, que transbordo alegria.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

Por dias desejos se encontraram e deveres nos afastaram. O que são algumas horas quando se quer de verdade? Assim largou-me, desapontado.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

Lavei minhas mãos de qualquer culpa, até o estopim me fazer querer sua pele dourada e sua força ao me puxar para si, de volta.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

Me fez voltar com a mesma velocidade em que meu coração batia, dizendo "eu o quero". Mas por que não olhas? Me entristeço.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

A mais bela noite de vastas explosões, vivida como a sombra que o deseja, vendo debaixo seu olhar encantado pelas luzes acima.

Sou paciente. O espero aqui, lá, em qualquer lugar.

Nada mais vale o lamento, agora sou o que sempre fui. Negadora de adrenalina e destruidora de promessas. Não devolveu o olhar esprançoso, apenas correram os olhos.

Sua carne tão longe, hoje não me abandona em meus sonhos;
Mas sou paciente. O espero aqui, o espero lá, e estou esperando-o em qualquer lugar....
E que no próximo ano me tenha em seus braços.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Limite do Desejo


E voltamos para onde eu pensei ter fugido e me salvado.
Por quantos dias, noites, noites e mais noites... eu implorei e ajoelhei, o quanto eu chorei;
Por tudo que eu mais amei, supliquei jamais passar de novo, o que eu houvera passado.

Não há palavras, não há caminho, não há nada que seu filho possa recorrer
Enquanto ele clama "quero viver!"
"Peço-lhe perdão, meu filho, por tamanha atrocidade. Queria que nada desse errado, mas não conheces a verdade. Não tens culpa da injustiça da vida, voltarás quando tiver a oportunidade."

O amargo contraste doce que saliva em minha boca, demasiado desprazer do homem;
Confiei mais uma vez, no que nos alimenta, enquanto eles, porcos imundos, só comem.
Por um momento, tornei-me minha mãe, tornei-me de quem sou fruto
Tive dó, mas não piedade, sou pobre o bastante até para rimar.

Chega de adiar, vou parar de fugir, tenho que encarar a decepção de ver o "eu" de você, agora
Não vou deixar o que te cobre cair, pois vou segurar, vou tirar antes da hora
Não há com quê se surpreender, sei que era o que eu esperava
Que na verdade nunca esperei, mas compreendi a necessidade do "basta" que desde sempre se encaixava.

Agora eu sei por que não se é maduro mesmo sendo adulto.
Nunca estamos preparados para crescer, porque temos a responsabilidade das decisões;
Não é isso que eu quero, nunca quis que fosse, mas, se você não quer, quem sou eu para querer sozinha?

Retomo a rima para concluir, em outra estrofe, mas não por rimar, e sim pela necessidade do emprego das palavras:
Isso é o que eu quero; Nunca me foi tão desesperador depois de todas as reflexões
Acabar com a farsa de todos os borrões
Destruir na raça, todos os corações
Me livrar d'um fardo em todas as emoções
E viver de verdade, sem todas essas ilusões.